sábado, 30 de julho de 2011

FALANDO DOS QUATRO MAIORES ACIDENTES AÉREOS BRASILEIROS

Por coincidência, na semana passada a imprensa focou os quatro maiores acidentes aéreos que ocorreram no Brasil desde a caída ,em 1996,do Fokker-100 da Tam no bairro do Jabaquara (São Paulo), até o desaparecimento do Airbus da Air France a cerca de 500 km da costa brasileira, em maio de 2009.
O jornal "O Estado de S.Paulo" publicou algumas das conclusões do piloto amador e escritor Ivan Sant´Anna no livro "Perda Total" da editora Objetiva, há pouco nas livrarias, sobre a desastre do Fokker,a colisão do Legacy com o Boeing da Gol em 2006 e a tragédia do Airbus da Tam no aeroporto de Congonhas,em  2007.
O desastre com o AF 447,em maio de 2009, foi resumido num relatório do Escritório de Investigações e Analise francês,que o atribui principalmente ao congelamento das sondas Pitot e à perda brusca de velocidade da aeronave que um co-piloto com pouca experiência não soube corrigir.

No livro "Perda Total", depois de oportunas considerações sobre a insuficiência de aeroportos e de pilotos e sobre a falta de controladores preparados, o escritor observa que " a manutenção feita pelas companhias está mais relaxada,porque tem que voar,tem que cumprir" e a aviação brasileira cresceu demais, sendo "inmviável um setor se expandir 21%,enquanto a economia cresce 5%."
Sobre o voo 402 que caiu em São Paulo,Sant´Anna enfatiza que "vários fatores concorrem simultaneamente para que um acidente aconteça". Naquele voo da Tam,ele afirma, "os pilotos não eram treinados para enfrentar a situação de abertura do reverso em voo", para depois acrescentar que " a Fokker Services tinha mandado desativar uma das três defesas que o avião possuía para o caso de abertura do reverso" e que "os pilotos receberam uma mensagem errada de alarme,o que prejudicou sua reação".
Na tragédia com o Boeing da Gol na Amazônia, segundo o escritor "o maior fator foi a total incapacidade daqueles pilotos americanos em levar o avião.Negligência e imperícia,pois eles treinaram poucas horas e não sabiam pilotar um Legacy,o que fica claro nas gravações da cabine.O avião ficou 54 minutos avisando que o transponder estava desligado e nem Joe Lepore nem Jan Paladino perceberam.O plano de voo que receberam também estava certo:eles não devem tê-lo lido".  Mas, apesar de tudo isso,o escritor atribui 40% da culpa aos controladores de voo,que não perceberam nada.E observa :"Há problemas seriíssimos de língua.Nossos controladores falam um inglês péssimo." E´outro problema de infraestrutura: "Leva-se quatro,cinco aos para se formar um profissional desses e os salários são baixos para atrair quem fala inglês fluente".
Em relação ao acidente com o A320 em Congonhas, Sant´Anna observa que o avião da Tam estava lotado  "e tinha os tanques de combustível cheios, por causa do que eles chamam em aeronautiquês de "abastecimento econômico" , pois o ICMS sobre combustível é mais barato em Porto Alegre que em São Paulo. "  A "doutrina Tam", segundo os pilotos ,os desincentiva de irem a um aeroporto alternativo,ou a arremeter. Nada de ilegal, mas imprudente num dia de chuva como aquele, ainda mais com a pista sem groving para ter maior adesão dos pneus no pouso e um "reverso desativado,aguardando manutenção". Na emergência "os pilotos cometeram o erro de manter a manete esquerda em ponto morto (idle) e a direta em aceleração (climb).O computador não entendeu o que havia e aconteceu a catástrofe".
Concluindo, em vista dos problemas causados por manobras inadequadas, o autor sugere que a aviação encontre um consenso quanto à importância do computador a bordo:"nem tanta automação,nem tanto poder ao piloto", talvez seja a nova formula para aperfeiçoar a segurança de voo.

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