sábado, 11 de fevereiro de 2012

OS RECALLS DOS A380 E DOS B787

Os aviões são máquinas quase perfeitas, sujeitas a imperfeições que aparecem somente após seu lançamento, quando operam longas rotas,as vezes sujeitas a turbulências que sujeitam a duras provas sua inteira estrutura. Em geral os acertos são fáceis, mas precisam ser feitos, pois numa máquina quase perfeita uma falha pode causar outras e,com o passar do tempo, até comprometer a segurança da aeronave.Todos lembram o aperto que os maravilhosos DC-10 causaram às empresas aéreas,quando foram verificados problemas nos suportes entre os reatores e as asas,que são componentes das aeronaves sujeitos a grandes esforços,para resistir à pressão do ar enquanto os motores produzem o enorme empuxo que mantém a aeronave no ar.
Atualmente há 68 jatos A380 da Airbus voando e,desde o final de 2011,começaram a operar os primeiros cinco 787 Dreamliner da Boeing na frota da ANA,All Nippon Airways.
Os jumbos da Airbus,na versão para 550 passageiros ( mas com capacidade para transportar até 850 pessoas) tem operado em média até 1,3 ciclos de decolagens e pousos, sendo periodicamente inspecionados nos pontos mais sensíveis de suas estruturas.Nas semanas passadas, em alguns dos que estavam voando há mais tempo foram verificadas dezenas de rachaduras de dois tipos em alguns dos 2.000 suportes em forma de L que conectam a superfície de alumínio das asas à estrutura interna.Nada de comprometedor da segurança de voo,por enquanto, mas também algo que não pode ser ignorado.
Quase ao mesmo tempo, depois de ter enfrentado com seu 787 Dreamliner um enorme atraso causado principalmente pelas dificuldades de montagem de peças cuja produção foi terceirizada,numa inspeção realizada nas cinco unidades em operação a Boeing detectou um problema de produção nas fuselagens traseiras, que estava corrigindo realizando o chamado "shimmings", para eliminar as pequenas "gaps" ( ou seja a imperfeita união de algumas partes )que costumam se verificar na montagem das aeronaves.O acerto dos "shims" não efetuados na estrutura de suporte da fuselagem, segundo a Boeing, é necessário apesar de não representar em curto prazo perigos para a segurança da aeronave.
A EASA ( European Aviation Safety Agency)está exigindo a inspeção de todos do A380 em operação por se tratar de aeronaves de produção da UE, enquanto caberá às autoridades americanas a eventual emissão de uma ordem de inspeção das unidades de 787 que a Boeing entregará a partir de agora.

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