quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

FALANDO DE AZEITE "VIRGEM" ADULTERADO

O produto que deu o título ao blog, o azeite de oliva extra virgem ,é também turista.Ele chega em maioria da Europa com essas etiquetas,que crescentes suspeitas consideram atribuídas a produtos adulterados.Primeiro a informação foi publicada numa reportagem do jornal romano "La Repubblica" e agora maiores detalhes se encontram no livro de Tom Mueller e W.W.Norton com o título "Extra Virginity - The sublime and scandalous world of olive oil".
O jornal afirmava que os azeites extra virgem "made in Italy" consumados no Brasil e em varios outros países são na realidade uma mistura de azeites produzidos na Espanha,Grécia e Tunísia, que hábeis exportadores italianos misturam e engarrafam sob nomes diversos.Eles conseguem lucros fabulosos sobre esses 480 mil toneladas de azeites,das quais cerca de 250 mil toneladas vão para o exterior e o resto é oferecido aos consumidores italianos.O jornal informa que na Tunísia 1 kg de azeite custa 10 centavos de euro, é adquirido para exportação por 20 a 23 centavos e em média é reexportado por 4 a 5 euros.Seriam 10 as firmas produtoras que participam dessa lucrosa operação, que o jornal intitula "A mafia do azeite":as vendas dos "senhores do óleo" chegariam a 5 bilhões ao ano.
No livro em inglês, a história contada em suas 238 páginas é muito mais amplas e divertida.Os autores contam que "Na antiga Grécia o azeite de oliva era usado também como combustível,loção para a pele,contraceptivo,detergente,preservativo,pesticida,perfume e para curar doenças do coração,dores de estomago,perda de cabelo,flatulência e transpiração excessiva".Sabedores de que "praticamente todo azeite de oliva vendido em supermercados é medíocre e grande parte do que é comercializado e celebrado como sendo da melhor qualidade,extra virgem, é produto adulterado"
os autores entrevistaram alguns dos grandes "vilões"do comércio ilícito e citam a "aparente cumplicidade" das autoridades alfandegárias que permitem a saída e a entrada de óleos de baixa qualidade "refinados e vendidos como azeite de oliva de boa qualidade".Eles também levantam a questão sobre "os motivos pelos quais há uma demanda sem precedentes pelo azeite de oliva italiano" que seriam basicamente fatores sociais,culinários e de saúde.
No Brasil já somam dezenas os rótulos "extra virgem" que seriam "made in Italy":os preços daqueles vendidos nos supermercados já se tornaram acessíveis.Falta comprovar a virgindade dos conteúdos.

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