domingo, 1 de maio de 2011

ESTE DESAMPARADO TURISMO NACIONAL

Habemus um novo ministro do Turismo,Pedro Novais, e um novo presidente da Embratur,Mário Moysés,mas poucas esperanças de que o turismo nacional consiga se tornar uma coisa séria.Estamos falando do turismo que é alimentado pelas vindas de números crescentes de estrangeiros, desejosos de conhecer este imenso e belo país.Não é pessimismo, são fatos ou,melhor,números estatísticos.Abrimos o Anuário da Embratur de 2001, referente ao ano 2000 e nele podemos ler,à página 13, uma série de dados sob o título "Entradas de turistas no Brasil": nas últimas duas linhas está impresso : 1999 - 5.107.160 ; 2000 - 5.313.463.São os números oficiais de visitantes.Numa das últimas edições de "O Globo" um título de toda a página referente ao fluxo do ano passado reza:"Apesar do real apreciado,Brasil recebe mais estrangeiros"", ou seja, como pode ser lido a seguir, um total de 1.399.591 pessoas.
Causa espanto verificar que em 10 anos os bilhões gastos para ,supostamente, promover o Brasil no exterior tenham provocado a vinda de mais 86 pessoas (comparando os dados de 2000 com os de 2010). Uma média de 9 pessoas a mais por ano ! Esse espanto é tão mais forte, ao constatar que 5 milhões de visitantes são realmente insignificantes, para um país com as atrações e o tamanho do Brasil, se comparados com os números de turistas que visitam pequenas repúblicas da América Central e até do Sul.
Verdade seja dita : os dados de 2000, de acordo com indiscreções póstumas, eram falsos: quem calculava os "aumentos" anuais do fluxo turístico era um hábil contador, que acrescentava porcentagens pré-estabelecidas aos números publicados no ano anterior. Como já contamos em outras oportunidades, o "técnico" se enrolou quando no mesmo ano acrescentou porcentagens idênticas de aumento a todos os países. É há mais : naquela época, como ainda em 2010, o fluxo estava baseado nos desembarques nos aeroportos internacionais de passageiros a bordo de voos que sairam do exterior, que a Infraero não discriminava excluindo, como deveria,os brasileiros que voltavam ao país.
Eis que no meio dessa incrível confusão e evidência de incapacidade, o novo governo decide aceitar a sugestão do ex-presidente Sarney e nomeia Pedro Novais ministro do Turismo, enquanto na Embratur, por suposta falta de opção melhor, confirma  Mário Moysés, "físico de formação"que, desde setembro de 2010  na Embratur,aparentemente nada fez de útil a favor do turismo nacional.
E as declarações mais recentes fveitas pelos dois executivos contribuem para desanimar quem acredita, com razão, no grande potencial turístico deste país.O ministro , em sua estreia diante de uma Comissão do Senado quis dar uma aula de cultura citando frases latinas para definir o turismo, para depois se queixar pelas verbas escassas reservadas ao turismo, sem nunca admitir que algo de natureza criativa está faltando no seu ministério.E encerrou atribuindo o deficit da conta de turismo (US$ 10,5 bilhões em 2010) à "supervalorização da moeda brasileira, o cruzeiro".Foi o fato de ter errado até o nome da moeda do país que "desvalorizou" demoliu ainda mais a importância de sua fala .
Quanto ao presidente da Embratur, autarquia do Ministério do Turismo para promover o Brasil no exterior, afirmou em entrevista ao jornal "Valor" de 29 de abril,que R$ 140 milhões são insuficientes para "elevar o seu fôlego de investimento" e que uma das prioridades da Embratur é aumentar o turismo de países da América do Sul para o Nordeste.Lamentou a falta de voos diretos entre a Bahia e Santiago do Chile e anunciou que o objetivo dos projetos em execução é elevar a quantidade de turistas estrangeiros dos 5,1 milhões do ano passado para cerca de 7 milhões entre 2014 e 2015 e até 10 milhões em 2020.E quer aumentar dos atuais 10 para 16 o número de Escritório Brasileiros de Turismo no exterior, cuja eficiência e utilidade são duvidosas, sem que haja um válido suporte vindo de Brasília.
Pergunta final : dentro desses parâmetros há futuro para o turismo nacional ?

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