sábado, 7 de maio de 2011

DOLAR VERSUS REAL À PROCURA DO CÂMBIO CORRETO

Um estudo realizado por três técnicos de gabarito, representando o BNDES, a Universidade Federal Fluminense e a Universidade Estadual de Maringá,afirma que para o Brasil alcançar seu melhor desenvolvimento a taxa de câmbio do dólar deveria ser de R$ 2,90.
Basicamente, o modelo econométrico apresentado por André Nassif,Carmem Feijó e Eliane Araujo demonstra que os principais fatores que causaram a valorização do câmbio entre 1999 e 2011 foram "os termos de troca e o diferencial entre juros internos e externos".Termos de troca é a relação entre preços de exportação e importação, enquanto o diferencial entre os juros internos e externos são as variáveis mais importantes para explicar a progressiva sobrevalorização da taxa de câmbio. Em 2004 o real atingiu sua taxa ótima,afirma o estudo, mas desde então a valorização do câmbio excedeu esse índice em 79% , pois o dólar em março de 2011estava sendo vendido em média a R$ 1,659 quando deveria estar em R$ 2,91.
Os técnicos afirmam que o "real forte pode comprometer o desenvolvimento", sendo opinião de personalidades das finanças americanas que para maximizar o crescimento é recomendável "uma pequena desvalorização". Eles buscaram a taxa de câmbio "otima" no período em que houve uma combinação favorável de indicadores macroeconômicos, a partir do ano de 2004,e a encontraram em R$ 2,90, bem próxima dos R$ 2,70 calculados pelo Goldman Sachs.
O trabalho apresenta a seguir sugestões sobre os meios teóricos para se obter o câmbio "ôtimo", encerrando com a consideração que "o Brasil pode adotar controles de capitais mais rígidos, para frear o fluxo excessivo de recursos vindos do exterior".
Os economistas do Banco Central, o ex-ministro Bresser Pereira e vários técnicos expressaram opiniões diferentes sobre o estudo dos três economistas : em geral consideram R$ 2.90 uma taxa de câmbio muito alta, sugerindo que a referência a 2004 foca um ano atípico e afirmando que "na verdade o câmbio está apenas levemente desvalorizado", sem citar todavia qual deveria ser o valor atual do dólar.

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