sexta-feira, 3 de junho de 2011

AS INCÓGNITAS DA PRIVATIZAÇÃO DOS AEROPORTOS

O governo garantiu que vai privatizar os aeroportos de Garulhos, Viracopos e Brasília.Iniciativa excelente,pois se conseguir atrair o capital privado, o enorme problema da falta de capacidade da grande maioria dos aeroportos nacionais poderá ser resolvido dentro de alguns anos.Pensar de resolve-los em tempo para a Copa de 2014 seria todavia um excesso de otimismo,  sendo que os primeiros editais serão publicados apenas em dezembro, e que depois serão necessários mais alguns meses para que sejam apurados os resultados e assinados os respectivo contratos com as construtoras.Sem considerar os detalhes do modelo de privatização que será oferecido à iniciativa privada, sendo que se for confirmada a participação até 49% da estatal Infraero o interesse para esses projetos deverá cair bastante.De fato, depois dos erros que cometeu e da incapacidade administrativa evidenciados pela Infraero nas décadas nas quais poderia e deveria ter estruturado no país uma rede de aeroportos adequada aos seus potenciais e eficiente, a participação da empresa do governo é vista como um risco de mais interferências políticas e de pressões de todo tipo, pouco apreciadas pelos investidores.

Assim, o anúncio da presidência da República sobre a privatização dos aeroportos tem dois lados para serem considerados : o primeiro demonstra que o governo está se afastando de sua velha política nacionalista,tendo entendido que empresas como a Infraero acabam servindo apenas aos interesses de minorias  ;o segundo confirma que as empresas privadas estão prontas a participar de quisquer inciativas de interesse nacional, mas com a condição de que acabem as interferências e os apadrinhamento do passado.E ter a Infraero como acionista significaria a permanência das falhas, além de possíveis contrastes internos para evita-las.
Por isso, faltando ainda as condições que serão exigidas dos investidores privados no documento das concessões, esfriou bastante o entusiasmo inicial que surgiu com a decisão de privatização dos três aeroportos.Até as empresas aéreas nacionais,talvez por que bem conhecem os riscos do relacionamento com entidades do governo,após ter evidenciado que não foram consultadas sobre as características do modelo de privatização a ser proposto , não demonstraram estar interessadas no projeto.Atitude essa que contrasta com a posição assumida em seus países por companhias que operam no exterior, em particular as norte-americanas, que atribuem ou prestígio de possuir um terminal próprio, maiores chances de crescimento, na competição com as congêneres.
Por tudo isso está sendo aguardado., ainda com alguma confiança, um modelo de privatização simples,que garanta liberdade às iniciativas promocionais do segmento privado, e que lhes assegure um retorno adequado ao esforço financeiro do investimento feito.Somente a apresentação de condições acetaveis poderá surtir os efeitos desejados pelo governo, quando decidiu enfrentar a oposição política à abertura , visando dotar o país da infra-estrutura indispensável para enfrentar os desafios do crescimento do tráfego aéreo doméstico, independente da exigência de mais capacidade nas semanas de realização da Copa e da Olimpíada.

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