domingo, 19 de junho de 2011

UM HERÓI DAS AMÉRICAS

Na semana passada, se não tivesse sido assassinado na selva boliviana pela CIA, em 1967, Ernesto Che Guevara teria comemorado seus 83 anos.Sua imagem sobrevive, empolga os jovens do mundo inteiro, é vista nas praças públicas, em milhares de folhetos, milhões de camisetas.Sua vida já foi contada em todos os versos,mas ainda há muito mais para revelar dos curtos 40 anos que ele conseguiu dedicar à revolução cubana e às causas dos oprimidos nas Américas.
Por ocasião deste seu aniversário, o Centro de Estudo Che Guevara decidiu dedicar-lhe mais um livro, escrito por Jon Lee Anderson , que já é considerado a melhor biografia do revolucionário publicada até hoje.Seu título é "Diário de um combatente"e relata em detalhes episódios e comentários dos dois anos, entre 1956 e 1958 nos quais o jovem Che, aos 28 anos,lutou vitoriosamente com mais 82 homens na Sierra Maestra de Cuba para derrubar o ditador Fulgencio Batista. Sabe-se que antes de conhecer Fidel Castro no México e de planejar com ele essa expedição,Che havia feito como uma imersão na tragédia social sul-americana, percorrendo a região numa motocicleta.
 No novo livro tudo é contado  no forma de diário, reproduzindo  escritos de Guevara que às vezes são apenas notas pessoais.O texto abrange acontecimentos de dois anos, relata os combates, os sucessos e as violências próprias de uma revolução em marcha, como a execução do primeiro traidor, que ele fez pessoalmente e comenta afirmando que passou aquela noite sem ter um de seus terríveis ataques de asma.Mas admite também que enfrentou sensações de medo,na lunga corrida desses dois anos ,que se concluiu em Santa Clara onde as forças do ditador foram detidas.
Mas há sempre quem é do contra. Há dias, no jornal "O Globo" um economista cujo nome omitimos intencionalmente ,escreveu um testo com o título "O Mito Che Guevara" , ilustrado pela mítica cara do revolucionário escondida por um X negro,em sinal de desprezo.Pena que o autor se preocupe em divulgar que existem "relatórios sombrios " das centenas de pessoas que ele chama de " vítimas de Che",ignorando que as execuções eliminaram os aliados do ditador Batista e que a figura do guerrilheiro foi exaltada, entre outrs, por escritores como Sartre,por revista como a "Time"( que o comparou a Madre Teresa de Calcutá ), imortalizada em fotografia por Korda( há anos estampa nas camisetas do mundo inteiro),cantada por roqueiros como Santana, idolatrada por jovens e adultos do inteiro globo.É obvio que o autor, assim como a frase de Charles Schultz que ele cita," não suporta as pessoas".

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