sábado, 11 de junho de 2011

SOBRE A GOL E CONSTANTINO JUNIOR

Ele é o presidente da Gol, uma aérea que nasceu low-fare,mas mudou pelo caminho; a dona da marca Varig que comprou da VarigLog e pagou cara,mas que ainda não soube valorizar; uma empresa que é administrada como se fosse uma rodoviária, mas que assim mesmo,ou por isso, graças à conjuntura favorável ganha dinheiro. A impressão de alguns analistas é que falte visão à Gol,audácia e uma estrutura dinâmica,como demonstrou quando abandonou as rotas europeias,ou quando declara desinteresse numa improvável fusão com a Lan, caso seja rejeitado pelas autoridades chilenas o projeto em curso de realização com a Tam.
Sem dúvida, desde janeiro de 2001 quando a Gol debutou no mercado, Constantino Jr. percorreu muito caminho, aprendeu muitos secretos do management de empresas aéreas. Mas ainda permanece indeciso em relação à participação da sua empresa no processo de privatização dos aeroportos nacionais, se preocupando mais com a expansão, a partir de agosto, do serviço de venda a bordo de comidas e bebidas.Uma ideia detestável para a maioria dos passageiros, cujos resultados negativos em termos de vendas a bordo,nas rotas europeias de empresas-low fare, como a Vueling da Iberia, deveriam ser avaliados pela Gol, que já os está experimentando em cerca de 10% de seus voos.O que acontece quando se sabe que comida e bebida são pagas ,é que a quase totalidade dos passageiros preferem comer algo em casa ou no aeroporto, ignorando os "menús" bastante caros que se encontram no bolso das poltronas e que as comissárias oferecem sem muito entusiasmo.
De fato, Constantino Oliveira Junior não deveria perder a oportunidade de participar na privatização dos aeroportos, a não ser que pense em ter um terminal exclusivo da Gol, da mesma maneira que deveria rejeitar o projeto que nega aos passageiros o direito a um snack ,ou a algo parecido, nos voos domésticos, dependendo da duração do voo.Pequenos ajustes de tarifas cobrem esses gastos e evitam controles demorados do estoque e das receitas,enquanto a oferta de comida a bordo pode se tornar um incentivo a mais para a escolha de determinado voo,como acontecia quando a "velha" Varig ainda operava.
Numa entrevista ao jornal "O Globo", na qual predomina o otimismo, o presidente Constantino Jr. prometeu apenas "água e mais uma coisinha" gratis nos voos da Gol, confirmou lucro de R$ 110,5 milhões em 2010,afirmou que o preço das passagens domésticas "vem caindo" e que a empresa,em dez anos "teve 170 milhões de passageiros transportados,enquanto a Varig voou 70 anos para transportar número idêntico". Essa comparação merece ser confirmada, após respondida esta pergunta: um passageiro que voa entre S. Paulo e o Rio de Janeiro vale como outro que vai de São Paulo para Frankfurt ou para Nova York ?

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