Como era previsto, a decisão do Supremo Tribunal Federal de não acatar o pedido de extradição de Cesare Battisti,causou fortes reações na Itália. O ministro do Exterior, Franco Frattini ,convocou em Roma o embaixador no Brasil, Gherardo La Francesca, para maiores esclarecimentos que visam uma melhor analise, junto com os setores competentes, "dos detalhes técnico-jurídicos relacionados com a aplicação dos acordos bilaterais existentes entre os dois países,tendo em vista as ações a ser tomadas sobre o assunto nas sedes jurisdicionais internacionais". De sua parte, o ministro do Exterior do Brasil,Antonio Patriota,excluiu que a recusa de extradição de Battisti possa causar uma crise com a Itália, pois "existe um claro entendimento" entre as autoridades dos dois países de que a decisão do STF não terá reflexos nas relações bilaterais.Ao mesmo tempo,Marco Aurélio Garcia,conselheiro de política exterior da presidente Dilma , afirmou que para o Brasil a questão está superada após "a decisão soberana do STF" , mas "isso não tira à Itália o direito de recorrer." Entretanto, ministros e deputados ligados ao premier Berlusconi tem feito declarações espalhafatosas contra a decisão brasileira, até ameaçando ações de boicote à Copa de 2014.
Battisti pediu às autoridades brasileiras o "visto permanente" para residir no Brasil e aguarda a confirmação oficial da concessão pra o dia 22, quando se reunirá o Conselho Nacional de Imigração.Segundo reporta o diário italiano"Repubblica", o único jornal que conseguiu dele algumas palavras antes de seu embarque em Brasília foi o Estado de S.Paulo, pois por sugestão de seu advogado, ele não concederá entrevistas à imprensa até a completa legalização de sua permanência no país. Ele teria apenas declarado: "Não quero que estes momentos sejam encarados como a celebração de um triunfo.Precisam ser respeitadas as instituições e os familiares das vítimas".Familiares que, segundo a TV italiana, se sentiram ultrajados pela sentença brasileira.
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