A propaganda é um dos "itens" que melhor funcionam nos Estados Unidos.Ela é coordenada,vem de vários lados,insiste,garante,atrai,convence.É uma arte que permitiu aquele poderoso país de obter o apoio maciço da maioria dos países também a iniciativas bélicas ou políticas que, se realizadas por outros,seriam consideradas detestáveis,absurdas e muito mais.A condenação perpetua ao regime de Fidel Castro e a guerra no Iraque são apenas dois das dezenas de exemplos que poderiam ser citados.
Tudo isso nada teria a ver com a fala na qual o presidente Barack Obama anunciou a procura de parte do governo americano de uma formula para dispensar as entrevistas nos consulados dos Estados Unidos que operam no Brasil para candidatos a visto considerados de "baixo risco".Supostamente quem já obteve o visto no passado,jovens na casa dos dez anos de idade,idosos acima de 70 anos.
Ao fazer o anuncio, o presidente dos EUA se encontrava na Disneylandia, onde deve ter visto um número tão grande de brasileiros à procura de diversão que lhe veio espontânea a pergunta : mas é justo que gente como esta, que nos traz dinheiro e alegria, seja obrigada a enfrentar horas de fila só para obter o "visa", para depois entregar em maioria às empresas americanas milhões de dólares em troca de passagens aéreas e gastar em média US$ 5 mil por cabeça para realizar esta tão desejada viagem aos USA ? Talvez Obama tenha também outras perguntas que gostaria fossem respondidas, em relação a Cuba,a Israel e aos imigrantes,que sabe bloqueadas pela política nacional.
Há fatos,todavia, que deveriam ter seu peso e facilitar uma visão meno hostil do turista brasileiro:1) a participação dos EUA no fluxo de turistas internacionais caiu em doze anos de 17% para 11% ; 2)os viajantes de nada menos de 36 países já participam do "visa waiver",sendo isentos de visto de ingresso; 3)já passou a época na qual permanecer,até ilegalmente, nos EUA era um sonho de centenas de milhares de pessoas; 4)é muito raro que indivíduos com problemas pessoais procurem viajar para um país onde, desde o momento do desembarque,ainda na fila da imigração para a presentação do passaporte, o estrangeiro é submetido a investigações do tipo orweliano. Sem falar da crise financeira e do desemprego que complicam a vida de milhões de americanos.
As "facilidades" acima anunciadas para a concessão de vistos aos brasileiros são apenas um tímido começo,mas já produziram alguns efeitos propagandísticos a favor de Obama,que gostaria ser reeleito presidente em novembro; todavia, se forem mantidas dentro dos estreitos limites previstos, terão consequências bem modestas,capazes de aliviar a via crucis dos viajantes e com certeza não irão aumentar no esperado 40% o processamento de vistos concedidos a brasileiros.Talvez ,com mais funcionários,poderá ser reduzida a longa espera para a entrevista consular,mas excluindo idosos e crianças viajando,permanecerão a desconfiança e a longa demora.Pensando bem,o atraso na concessão de vistos se parece a uma forma de "terrorismo",que os EUA estão transferindo sobre os candidatos/viajantes brasileiros.
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