domingo, 27 de novembro de 2011

SOBRE A PRIVATIZAÇÃO DA TAP

A privatização da Tap é um assunto que circula há anos.Antes, apenas como uma aspiração da empresa,agora como uma exigência da conjuntura portuguesa.De fato o governo de Lisboa tem compromissos enormes com a União Europeia, visando reduzir suas despesas de balanço e recuperar credibilidade financeira.E entre suas prioridades não estão incluídos os gastos indispensáveis para que a Tap aumente a sua frota para acompanhar uma estrutura de rotas entre as mais dinâmicas da Europa.Há outras prioridades, que estão exigindo sacrifícios dos portugueses e tem provocado reações populares, das quais a greve geral da semana passada é apenas o último dos episódios.
Que a Tap deva ser privatizada o quanto antes está fora de dúvidas,mas ainda faltam os detalhes,dos quais a forma de privatização e seu valor estão em parte vinculados à atual crise europeia :entre elas, a pergunta se o governo deveria ficar com até 49% das ações já foi respondida negativamente, em vista do montante dos compromissos financeiros do país.Quanto ao valor, os temores relacionados com o desenvolvimento da crise do euro e com seus efeitos sobre o tráfego aéreo tem freado a procura de parte de novos acionistas, fato que poderá causar reflexos sobre o valor das ofertas.
Em sua recente passagem pelo Rio de Janeiro,onde participou do Forum realizado pela Alta (Associação Latino-Americana de Transporte Aéreo)o presidente da Ta, Fernando Pinto, tem divulgado alguns detalhes sobre o andamento do processo de privatização.Ele tem afirmado que caberá a um grupo de trabalho, formado por representantes dos ministérios das Finanças e dos Transportes,da própria Tap e da empresa estatal Parpública,que é a controladora da aérea, apresentar a formula de privatização de maior conveniência.A definição do processo de desestatização deveria estar concluída até o fim do ano, para que sejam abertas conversas oficiais com os interessados no início de 2012, visando concluir as negociações até meados do ano.
Sabe-se que há uma maioria a favor da privatização integral da empresa,mas ainda não há a oficialização dessa opção,assim como está sendo aguardada a confirmação se a privatização será feita através de leilão ou adotando outro modelo.Quanto ao interesse despertado pela privatização, o presidente da Tap evidenciou a posição de destaque da companhia entre as operadoras europeias para o Brasil. Atualmente, para crescer mais, ela aguarda apenas o aporte de novos capitais que virá de seu novo controlador,em particular para dedica-los ao aumento de sua frota de Airbus.Não há indícios de interesse específico de empresas brasileiras, nem se tornaram mais consistentes as vozes que davam como candidatos o grupo da British Airways e a Qatar.Off the record, a Tap poderia ser de grande interessa para Latam,inclusive por participar da Star Alliance, se a fusão entre Lan e Tam tivesse sido concluída, pois lhe ofereceria um hub precioso em Portugal para complementar o seu mapa de rotas.

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