quinta-feira, 10 de novembro de 2011

POBRE ITÁLIA DE BERLUSCONI !

Ser bilionário é um privilégio quase sempre herdado,que nada tem a ver com qualidades humanas,como a inteligência e como a moral.O ex-premier Berlusconi é um exemplo.Outro dia, depois de três anos memoráveis por seus erros políticos e escândalos, foi derrotado ao perder 8 votos de seu partido no Parlamento italiano, que não soube honrar e, depois de 17 anos de poder, voltou a ser apenas um bilionário.
Mas deixou atrás de seu governo dívidas enormes,que representam mais de 50% da soma de todos os títulos bancários emitidos pelos cinco países causadores da crise atual da União Europeia, por não terem os fundos para resgata-los.A Espanha é a mais próxima, com sua dívida de quase 642 bilhões de euros, do 1,8 trilhão de euros dos bonus emitidos pela Itália,e ambas estão bem longe dos quase 300 bilhões de euros da Grécia,161 bilhões de Portugal e 148 da Irlanda.A surpresa em relação da Itália veio do fato que em 2010 o seu PIB representava 16,99% da economia da União Europeia,seguida pela Espanha, com 11,47% e, a grande distância ,por Grécia (2,48%),Portugal (1,89%) e Irlanda (1,70%).Com valores tão elevados, a dívida pública da Itália em 2011 chegou a 1,9 trilhão de euros,equivalentes a 121% do produto interno bruto,sendo superada em porcentual apenas pela Grécia,com 366 bilhões de euros (165,6% do Pib).
De terceiro maior mercado de títulos soberanos do mundo,a Itália consegue atualmente renovar seus vencimentos apenas pagando prêmios exorbitantes (7% na quarta-feira), com pouca aceitação pois o mercado está prevendo que somente com a ajuda do Banco Central Europeu esses títulos poderão ser resgatados ao vencimento.Em caso contrário, se o país não conseguir levantar ( de investidores e da própria União Européia )os 300 bilhões necessários para pagar suas dívidas a vencer em 2012, haveria o chamado default, um risco de insolvência de terríveis consequências para toda a economia mundial.
A situação é tão grave que os analistas estão prevendo que não serão suficientes para acalmar o mercado os bilhões disponibilizados pelo Fundo de Estabilização Financeira recém criado, nem parte dos recursos do Fundo Monetário Internacional, já oferecidos à Itália e recusados por Berlusconi,sendo aparentemente indispensável a intervenção do Banco Central Europeu, o único que pode imprimir e emprestar euros e que tem agora come presidente o italiano Mario Draghi.Mas antes deverá haver a certeza de que as reformas fiscais e econômicas exigidas da Itália pela União Européia, serão cumpridas ao pé da letra.Somente assim, o novo governo poderá restabelecer a confiança do mercado financeiro no país.

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