Como previsto, a relatório do Bea - o Escritório de Investigações e Analises da França que examinou o conteúdo da caixas-pretas e os registros técnicos dos últimos minutos de voo do AF-447, que em 1º de junho de 2009 caiu no Oceano Atlântico - foi muito mal recebido pelos pilotos e pela empresa Air France, pois seu texto evidencia falhas da tripulação pelas manobras impróprias e da AF por não ter corrigido as sondas Pitot,que medem a velocidade do avião,cujo congelamento teria provocado a desconexão do piloto automático.
O Ministro dos Transportes da França considerou o relatório "exemplar e transparente", mas os pilotos franceses acharam abusivo ter sido retirada do relatório final uma recomendação "potencialmente desfavorável à Airbus", pois evidenciava o mau funcionamento do alarme de estol do A330,que nos registros "se ativava e desativava em continuação",quando a sua função consiste em soar apenas quando o avião enfrenta problemas de sustentação no ar.
No voo AF447 a irregularidade teria confundido a tripulação,causando a queda da aeronave de uma altura de 11.500 metros em menos de 3 minutos.O Bea informou que devido à suas implicações técnicas o assunto está sendo analisado por um grupo de trabalho e que o resultado será incluído no relatório final,ainda este ano.
O diretor do escritório,J.P.Troadec, foi porém explícito ao declarar que os pilotos do voo não haviam sido treinados para comandar em modo manual a aeronave em grandes altitudes, enquanto o consultor e ex-piloto Gerard Feldzer afirmava que "se fosse durante o dia o acidente não teria acontecido,porque os pilotos teriam a linha do horizonte para se orientar". A Air France, em nota oficial, rebateu as constatações do relatório, afirmando que nada permite neste estágio "colocar em dúvidas as competências técnicas da tripulação" e que "é importante compreender se o ambiente técnico,os sistemas,os alarmes complicaram a compreensão da situação por parte da tripulação".
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