sábado, 6 de agosto de 2011

EXCESSO DE OFERTA REDUZ APROVEITAMENTO

As duas maiores empresas,Tam e Gol, adquiriram muitos Airbus e Boeing em 2009, temendo que com a reação dos mercados perderiam a oportunidade de aumentar as suas frotas.Aconteceu que que, tendo produzido acima da demanda, as duas construtoras exigiram que as empresas brasileiras ficassem com os aviões encomendados, ou as deixassem repassa-los a outras aéreas, interessadas em reforçar suas frequências, em rotas que evidenciavam uma boa reação depois de vários meses de incertezas.
Assim  , neste segundo semestre,deverão ser incorporados  2 Boeing 737-800NG, (além do Boeing 737-700NH já recebido) à frota da Gol e mais 3 Airbus A319 à da Tam, que ficou também com 5 ATR ,2 Airbus A319 e um Airbus A320 da Pantanal.Mas as grandes entregas estão programadas para 2012 : 4 Boeing 737-800NG para a Gol  e 4 Boeing 777-300ER e 7 Airbus A320 para a Tam.
Pelas estatísticas da Agência Nacional de Aviação Civil,Anac, as duas maiores acrescentaram no primeiro semestre deste ano uma capacidade extra equivalente aquela de toda a frota da Azul, terceira colocada por participação de mercado no ranking doméstico, que nesse período dobrou a sua frota. A Tam acrescentou no semestre 14,26% de capacidade; a Gol 4,67% , e o resultado foi que o aproveitamento médio da indústria ficou em 69,7%, quase dez pontos abaixo da média mundial .
Esse aproveitamento, devidamente segmentado, revela que há aviões lotados em horários de pico e outros, ao longo do dia, com pouco mais da metade dos assentos ocupados.O problema a ser enfrentado, para que o grande crescimento do número total de embarques corresponda também a uma rentabilidade razoável, está no provável lançamento, após a alta estação, de tarifas reduzidas para os horários mais fracos, promoção que viria a prejudicar as empresas menores, sem garantir um melhor aproveitamento de assentos..Somente o crescimento da demanda, nos voos menos procurados, poderia equilibrar as receitas,cuja tendência devido ao aumento de custos causado pela maior oferta tem caído no primeiro semestre de 2011, se comparado com aquele do ano anterior.Em caso contrário, algumas aeronaves deveriam ficar paradas - apesar de ter também um custo sem operar - aguardando que o mercado doméstico preencha o excesso de oferta, que todavia deveria ser controlado, para evitar que a frustrante corrida para preencher assentos vazios continue afetando os resultados econômicos da inteira indústria.

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