domingo, 4 de dezembro de 2011

A VARIG JÁ PASSOU OS "TROUBLES" DA AMERICAN AIRLINES

O pedido da American Airlines à Justiça de Nova York, para ser amparada pela proteção que o capítulo 11 do Código de Falências dos Estados Unidos garante às empresas ameaçadas por iminente falência,lembra a mesma iniciativa,tomada pela Varig brasileira ,quando apelou para a Lei de Recuperação Judicial assinada pelo governo em substituição da lei anterior,que tratava das concordatas.Nos dois casos podem apelar a essas leis as empresas interessadas em reestruturar suas dívidas e suas atividades, com o objetivo de pagar seus compromissos financeiros e ao mesmo tempo realizar os cortes necessários para voltar à lucratividade.A controladora da American, a AMR Corporation,ao apresentar o pedido de concordata da aérea,garantido pelo "Chapter 11",além de anunciar a nomeação de outro presidente-executivo,reportou ativos de US$ 24,7 bilhões e dívidas de US$ 29,5 bilhões,garantindo ter em caixa US$ 4,1 bilhões necessários para continuar operando e para pagar os vencimentos de curto prazo. Num ano as ações da American perderam 96,66% de seu valor,do qual 83,95% no dia do pedido de proteção.
A concordata não vai afetar, no curto prazo ( em média por até 180 dias ),suas operações no mundo e no Brasil, onde a American - terceira maior empresa aérea americana - opera atualmente 70 voos por semana e pretende adicionar mais 15 a partir deste mês.Ela transportou entre janeiro e outubro deste ano 541.365 passageiros entre os dois países (mais 19% em comparação com 2010) tendo 31,9% de participação de mercado, a maior entre as congêneres ( Tam inclusive)que operam entre Brasil e USA.Em 2010 ela transportou no mundo inteiro um total de 86,129 milhões de passageiros,mas perdeu US$ 471 milhões,prejuízo que até setembro deste ano já chegou a US$ 982 milhões.Com uma frota em parte ainda obsoleta de 900 aviões,que operam cerca de 3.400 voos por dia para 260 aeroportos,e 88 mil funcionários, para se reestruturar a American deverá ficar menor,cedendo aeronaves,fechando representações e demitindo,para reduzir seu elevado ônus trabalhista.
Voltando á comparação entre os pedidos de concordata da American e da Varig,há um ponto muito importante que evidencia a diferença de comportamento dos governos dos dois países em relação aos transportes aéreos:enquanto a American poderia receber, mas recusou, parte da ajuda financeira de US$ 15 bilhões que o governo americano ofereceu à indústria, para consolidá-la após os atentados de 11 de setembro de 2001,no caso da Varig - já sem fundos e sob pressões enormes de parte dos credores - foram inúteis as solicitações de apoio financeiro feitas ao BNDES,devido ao desinteresse do governo federal, influenciado na época por supostos defensores do "dinheiro dos contribuintes" ,que associados a indivíduos interessados na falência da maior empresa aérea do país,levantaram teorias sobre a necessidade da Varig reagir sozinha, reconquistando mercados apesar de carecer até dos reais para pagar o combustível fornecido pela "irmã" Petrobras e as taxas que lhe eram cobradas com insistência pela governamental Infraero.

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