domingo, 27 de fevereiro de 2011

UM SELO PARA QUEM VIAJA DE AVIÃO

Entre os projetos da Anac, um foi elaborado com o apoio total do ministro da Defesa,Nelson Jobim. Tudo aconteceu quando ele encontrou dificuldades para entrar na poltrona de classe econômica do avião no qual, como ministro, viajava na classe superior.Quis experimentar e viu que, para uma pessoa corpulenta, com mais de 80 kg. viajar de avião em econômica é um sacrifício, ou um gasto duplo, se decide pagar a diferença para manter livre a poltrona ao lado da sua.A fiel aliada de Jobim, a Anac, andou estudando a situação e constatou que os assentos em si oferecem poucas diferenças de tamanho : o que podia variar era o espaço que dividia as fileiras das poltronas. Mas o presidente da Anac da época, Zuanazzi, que de aviação pouco entendia, numa pesquisa -relámpago que supostamente fez entre amigos, descobriu que o aumento dos espaços beneficiaria apenas 5% dos usuários e obrigaria as empresas a aumentar suas tarifas.
De fato há variações na distância entre as poltronas, de uma para outra companhia.São apenas centímetros, mas numa viagem de mais de três horas podem fazer a diferença para o corpo do usuário.Na empresa com os menores aviões, a Azul que opera os Embraer 190 e 195, nas primeiras fileiras os pesquisadores encontraram distâncias entre 78,1 e 86,3 centímetros, muito mais que na Gol, por exemplo, que oferece ao máximo a distância de 81,2 centímetros ou da Avianca, cuja distância standard é fixa em 81,2 centímetros.
A Anac quis que cada empresa informasse as distâncias em vigor nos vários modelos de suas aeronaves e decidiu que, não podendo impor que todas utilizassem um espaço mais aceitável,criaria selos que ajudariam os passageiros a saber de antemão as características da poltrona que encontrariam nessa ou naquela aérea e, eventualmente,a escolher a companhia que pelo mesmo preço estava oferecendo alguns centímetros a mais . A indicação, segundo divulgado, deve ser acessível nos sistemas de vendas eletrônicas das companhias, constando de uma etiqueta e de um "selo dimensional" para distinguir as empresas da classe A (que oferecem o melhor espaço util no mercado) das restantes, que vão até a classe E, que é aquela indicadora da menor distância. Afixas nos aviões,as etiquetas etiquetas multicoloridas seriam parecidas com aquelas que diferenciam o consumo de eletricidade de marcas diferentes de geladeiras ou de outros aparelhos eletrodomésticos.
Uma iniciativa útil, que alguns interessados já chamam de discriminatória . Parece que, para esses "técnicos", na selva da aviação comercial do país qualquer ajuda prestada a usuário é reprovável.Que se arrumem , tanto há poucas opções e as duas maiores empresas parecem ligadas por interesses comuns.Vamos acompanhar o destino desse selo, agora que a presidenta que lutou para implanta-lo está saindo da Anac ?

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