domingo, 20 de fevereiro de 2011

A AZUL EM CÉU DE BRIGADEIRO

Quem acompanha a performance da Azul, a aérea de David Neelman , não pode negar que suas conquistas evidenciam a presença de executivos competentes, a disponibilidade de capitais e um espírito bandeirante que outras congêneres, apesar de 100% nacionais, não possuem. Neelman veio ao Brasil com anos de experiência, e depois de se afastar da JetBlue se dedicou à conquista das classes C e D brasileiras, na convicção que os milhões de seus integrantes que não viajavam por via aérea o fariam, se lhe fossem oferecidos serviços baratos e eficientes.Talvez foi uma coincidência, pois ele não podia prever que em 2009/2010 o ex-presidente Lula tudo faria para conquistar as classes menos favorecidas, aumentando  oportunidades de trabalho, assistência social e salários. Mas é um fato comprovado pelas estatísticas que, ao ganharem mais,muitos brasileiros optaram para as viagens aéreas.A Azul promoveu esse movimento, lançando rotas novas , reduzindo a necessidade de conexões e cobrando menos que as congêneres.Assim, em janeiro passado ficou com 7,74% de participação no mercado doméstico, com grandes chances de chegar a 10% até o final do ano.Nos Estados Unidos a sua ex JetBlue lutou para chegar, em dez anos, ao atual 4% de share.
Esses resultados desmentiram a crença que avião pequeno, como os Embraer 190/195, não atrairia os usuários, que aviões com mais do dobro de capacidade são muito mais rentáveis e que existem rotas menores que não deveriam interessar às empresas aéreas.Em entrevista à Folha de S.Paulo, Neelman afirmou que a Azul encerrará 2011 com lucro e que não é favorável á abertura do capital de sua aérea a investimentos na Bolsa. E´ provável, em vista dos índices de aproveitamento e do aumento de suas rotas, que  em dezembro ele apresente um balaço positivo; mas é improvável que recuse os captais que obteria com facilidade na Bolsa de S.Paulo.Ainda mais tendo como competidora nesse processo de abertura uma aérea de nível inferior à sua, a WebJet, que até agora não demonstrou seriedade suficiente para ganhar a preferência dos investidores. Na entrevista do fundador da Azul se declarou a favor da criação de terminais temporários nos aeroportos, par atenderem o aumento da demanda que virá com a Copa do Mundo, mas não foi claro quanto à possibilidade de a sua empresa realizar esse projeto no aeroporto de Viracopos, onde ele estabeleceu o hub .
Quem acompanhou a carreira de Neelman não se surpreenderia se, junto com a transformação da Azul em sociedade anônima ,ele anunciasse a compra de aviões maiores, que destinaria a voos internacionais, aproveitando a compacta rede domésticas já criada, que lhes garantiria um valido suporte nos embarques para o exterior.

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