Boeing e Airbus, as duas maiores fábricas de aeronaves comerciais do mundo, uma americana - que herdou produtos e técnicas de congêneres nacionais que saíram da atividade, vencidas pela concorrência - outra, herdeira de técnicas alemães e ingleses e atual motivo de orgulho da União Européia, se envolveram em complexos e caros novos projetos de aviões cujo custo preliminar, antes da oferta às empresas aéreas, é tão elevado que absorve o lucro da venda de centenas de unidades.
Boeing e Airbus afirmam e queriam demonstrar que seus esforços dispensaram ajudas vindo de fora, quais os subsídio governamentais,que nos dois casos, face ao bilionário valor dos novos projetos são considerados indispensáveis. E nessa disputa comercial entre os EUA e a UE prevalecem outras considerações : entre elas se destaca o motivo de prestígio, pois os dois governo se orgulham da firme presença das aeronaves de produção nacional nos mercados globais.
Parece que o conceito não era tão claro quando Boeing e Airbus recorreram à Organização Mundial do Comércio, para demonstrarem que estavam sendo prejudicadas pela unfair concorrência de empresa rival, que recebia bilhões de subsídio do respectivo governo.Segundo a Airbus o apoio recebido pela Boeing teria chegado a US$ 23,7 bilhões, causando danos à empresa avaliados em U$ 45 bilhões, pois permitiu à americana de manter os preços de suas aeronaves num nível inferior aqueles que seriam cobrados se não recebesse o subsídio. De sua parte, o valor do prejuízo que pelos mesmos motivos a Boeing atribui à ajuda dada pela União Européia à Airbus alcançaria, como já havia sido avaliado pela OMC, US$ 20 bilhões.
Os dois valores estão bastante próximos e deixam prever que a disputa poderá ser agora objeto de negociação entre as duas concorrentes. De fato, a Organização Mundial do Comércio, há dias, divulgou ter constatado que os subsídios dado à Boeing pelo governo eram registrados como destinados à Nasa e ao Pentagono, como se fossem dedicados a pesquisas para a área de defesa. Pelo contrario os fundos foram usados pela Boeing em pesquisas dedicadas à tecnologia do avião 787 Dreamliner .Do lado da Airbus o custo elevado do projeto do super-jumbo A380 é considerado como a mais recente motivação para a eventual concessão de subsídios à empresa européia.Basicamente, as rivais investiram em alta tecnologia, que sem dúvida propiciará benefícios aos usuários dos serviços aéreos dos dois mundos: por isso, parece já entendido que, apesar da proibição,a unfair competition nesse caso acabará ficando em segundo plano.
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