domingo, 17 de abril de 2011

AUMENTOS DA OFERTA E DO QUEROSENE

Há uma relação estreita entre o ônus representado pelo consumo de querosene e o aumento excessivo da oferta de freqüências de parte das empresas aéreas.Muitas delas, depois da contenção de 2008, frente à crise global e seus reflexos no número de embarques, tem substituídos as unidades que haviam encostadas com novas aeronaves, em número maior e também mais caras.Em decorrência, tem aumentados suas  freqüências à procura de uma melhor utilização de todos os assentos disponíveis, nem sempre com o esperado sucesso.Há rotas que operam com índices de aproveitamento muito bons, mas não faltam desperdícios de espaço causados pelo aumento excessivo da oferta.
Fala-se com preocupação no aumento do preço do querosene , pelo fato que representa em média cerca de 35% dos custos operacionais das aeronaves.Havendo assentos vazios em excesso, esse custo aumenta o eventual prejuízo da empresa. Situação desse tipo estão se verificando após a incorporação algo forçada de nova aeronaves nas frotas de alguma companhia, que encontram dificuldades para que a sua utilização seja também rentavel. E nesses casos, a culpa das perdas é jogada sobre o aumento do preço do querosene.
Não há duvidas sobre esse aumento : em 2010 totalizou 29,5%, e as rebeliões na África ainda não haviam começado.Seu valor ao longo deste ano não é previsível, mas pelos dados do primeiro trimestre será bem mais  elevado.Eis que, para atenuar os efeitos negativos no balanço,a sábia utilização desse querosene é talvez a única providência ao alcance das empresas aéreas.
A suposição que ter mais aviões voando é a formula para melhorar os resultados podia ter alguma validade nas dêcadas passadas.Havia espaço para todos e o preço do querosene tinha um peso cumulativo menor sobre os custos. Atualmente ,para encerrar uma operação com sucesso ainda são validos recursos de outras épocas, como por exemplo trocar na última hora o modelo de aeronave por outro menor, para elevar o seu aproveitamento.Ou até reduzir o número de freqüências.
O recurso ao aumento do preço das passagens deveria ser o último, principalmente agora que existe uma liberdade tarifária que antes dos anos 80 estava sob o rígidocontrole da IATA. Há sempre o risco de a "outra" oferecer um preço menor, talvez porque para ela a receita de determinada rota tem importância secundária.Sem contar que numa economia com tendência altista o crescimento de preços acaba incidindo em porcentagens variáveis sobre a demanda.
Afinal, o game que as empresas aéreas estão jogando diariamente está se tornando mais complicado, pelo número maior de incógnitas que impedem até planejamentos de curto prazo, exigindo uma atualização continua de custos e receitas.Na conjuntura, assumem grande valor as recomendações dirigidas pela IATA aos governos, para que reduzam o peso fiscal que onera as operações aéreas.No Brasil,  só para concluir, a carga tributária em épocas bem mais fáceis para as empresas tem chegado a 34,80% ,sendo 22,18% sobre suas receitas e o restante (12,62%) sobre seus custos, incluindo até um 2,30% de ICMS sobre os combustíveis.

 

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