domingo, 3 de abril de 2011

GASTOS NO EXTERIOR BATEM RECORDE

Em outras épocas, quando o Brasil ainda era considerado "um país subdesenvolvido,em fase de desenvolvimento", os governos estavam de olho nos gastos dos turistas.Havia limitações nas quantias que cada viajante podia levar para o exterior e controles severos sobre o valor dos artigos adquiridos, que se encontravam nas malas.As finanças do país estavam sujeitas a problemas e parecia normal que também a minoria que tinham os meios para fazer turismo no exterior participasse do esforço de contenção dos gastos em moeda "fortes", como naqueles tempos eram chamados dólares e libras.Outros tempos, nos quais os pobres eram mais pobres e quem tinha dinheiro pertencia às classes nobres.O populismo reinante exigia essa política de moderação.
Hoje as classes sociais menos favorecidas tem avançado no ranking nacional dos gastadores : os que se dizia pertencessem à classe D descobriram os aparelhos eletrônicos e as viagens aéreas e estão gostando de adquirir produtos e passagens , inclusive se endividando.No exterior eles se juntam aos milhares que na 5ª Avenue ou nas ruas do comércio europeu se deixam encantar pelos novos iPod ou por outras maravilhas eletrônicas e lá gastam dinheiro cash e cartões de crédito. Somente ao voltar ao Brasil descobrem que fizeram muitas despesas de pouca utilidade,pelas quais comprometeram suas economias nas parcelas mensais que pagarão às vorazes instituições de crédito em moedas estrangeiras.
Como no famoso show televisivo, parece que para os gastos no exterior "o céu é o limite".A cada mês, segundo o Banco Central os valores aumentam.Em dezembro estavam na casa de US$ 1 bilhão, mas em janeiro deste ano (época de férias) chegaram a US$ 1,7 bilhão.E também fevereiro superou o bilhão de dólares, fazendo com que, no primeiro bimestre, nada menos de US$ 3,07 bilhões já haviam sido gastos lá fora, batendo todos os recordes anteriores registrados na série histórica, desde 1947 quando (em anos de menor euforia nacional) havia sido inaugurada.
Até agora a unica providência do governo para tentar reduzir o consumo de moeda estrangeira pelos viajantes, tem sido o decreto publicado há dias, que aumenta de 2,38% para 6,38% a alíquota do IOF (que é o Imposto sobre Operações Financeiras) incidente sobre compras feitas no exterior com cartão de crédito.
Poucos analistas acreditam que o encarecimento dos gastos terá sensíveis efeitos moderadores nos impulsos "compristas" dos turistas.E o balanço negativo das chamadas transações correntes, ao qual o item "gastos no exterior" pertence, continuará ameaçando o equilíbrio econômico-financeiro do país, apesar do inesperado aumento da receita de exportação das commodities.Mas por enquanto, no primeiro bimestre, também o deficit das transações correntes estabeleceu seu recorde histórico: o rombo chegou a US$ 8,8 bilhões.

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