sábado, 9 de abril de 2011

BRASIL QUER SEGURAR VALOR DO DÓLAR

A entrada de dólares no país bateu neste primeiro trimestre todos os recordes. Ela chegou a US$ 35,5 bilhões, valor superior em 46% ao volume que entrou no Brasil em todo o ano de 2010. E na comparação com os trimestres dos anos anteriores o crescimento é ainda mais impressionante : foram mais US$ 26,6 bilhões sobre o valor registrado no mesmo período de 2008 , enquanto em 2009 o saldo foi negativo ( - US$ 3 bilhões) e em 2010 as entradas do trimestre chegaram a US$ 2,8 bilhões.
Todos esses dólares, quando despejados no mercado exercem um terrível efeito sobre a taxa de câmbio do real, motivando grande preocupação às autoridades financeiras, pois com o dólar em baixa se valoriza a moeda nacional e há um encarecimento geral dos preços dos produtos brasileiros de exportação, que assim se tornam pouco competitivos.
Para conter a valorização do real e a expansão da oferta de crédito no país, o governo decidiu na quarta-feira passada ampliar a cobrança do imposto sobre Operações Financeiras, IOF, taxando em 6% empréstimos externos de até dois anos tomados no exterior por bancos e empresas nacionais.Até o momento não foram registrados os esperados efeitos moderadores da medida sobre a caída do valor do dólar, devido ao fato que ainda é bem vantajoso captar recursos no exterior a taxas bem menores do 11,75% cobrado pelo Selic nacional, traze-los mo país e aplica-los com uma margem de lucro enorme.São operações puramente especulativas, que explicam em boa parte a origem dos bilhões ganhos anualmente pelos maiores bancos do país e por empresas ligadas a esse tipo de operações financeiras.
A opinião corrente nos ambientes financeiros e entre os exportadores é de que o governo está tomando  medidas ainda tímidas e que, forçado pela opinião pública e até por setores ligados à presidente Dilma, deverá ainda neste primeiro semestre adotar controles e restrições capazes de conter os lucros financeiros entro limites razoáveis, parecidos aqueles que se registram em países que não tem problemas de câmbio causados por operações de pura especulação.
Atualmente ,com reservas que chegaram a US$ 300 bilhões,não tem mais sentido tentar reduzir a desvalorização do dólar com intervenções diárias do Banco Central no mercado de câmbio à vista e com atuações no mercado futuro.Sem temores de reações internacionais, deve ser imposto um "basta" a quem
enriquece às custas dos operadores que produzem e exportam no interesse do país.

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