sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

TAP VOANDO NO BRASIL DO NORTE AO SUL

Chegou a vez de Porto Alegre, projeto que ficou stand-by mas nuca foi arquivado pela Tap. Não por dificuldades opostas pelas autoridades aeronáuticas brasileiras, mas sim porque um voo non-stop de 10h30 representa um compromisso técnico-operacional que nenhuma empresa aérea pode assumir sem ter a certeza de poder realiza-lo com 100% de eficiência nos dias e horários estabelecidos. Um voo que absorve todas as 24 horas e exige onerosas rotatividades de pilotos,comissários e pessoal de terra, pois os passageiros não mais aceitam atrasos ou cancelamentos.A imagem da empresa está em jogo e, no caso do já confirmado Lisboa-Porto Alegre-Lisboa, o compromisso é de quatro dias por semana.
Falta o anúncio oficial da autorização da Anac, após a plena concordância do governador do Rio Grande do Sul,  Tarso Genro, com a qual o vice-presidente Luiz Mór e o diretor geral para a América Latina,Mário Carvalho, discutiram no início da semana os detalhes da operação. Até o dia do voo inaugural foi fixado: 12 de junho, sendo confirmado que não haverá escalas no longo trajeto. Alguns leitores já perguntaram o porque do non-stop.Simplesmente porque o Brasil está aberto a qualquer voo internacional, mas dentro das regras previstas pelos acordos bilaterais que, no caso de empresas que já operam de longa data no país, permitem às aéreas estrangeiras a escolha da escala nacional desejada,com a exclusão de São Paulo e do Rio de Janeiro, cuja lotação está esgotada.Isso não desagrada aos passageiros, que no passado eram obrigados a desembarcar em escalas intermediárias, as vezes em plena noite, para que o avião fosse reabastecido e , as vezes, também fosse trocada a tripulação.
Atualmente as aeronaves A330 e A340 da Airbus tem autonomia para cobrir longas distâncias sem escalas, às vezes, dependendo das condições climáticas, sujeitando o voo a limitações no peso de decolagem. No caso do voo entre Portugal e o Rio Grande do Sul sua capacidade já foi determinada, em termos do numero de passageiros e de quilos de carga que serão embarcados: serão 268 passageiros no A340 e 263 no A330.
De fato, a operação Lisboa/Porto Alegre tem objetivos claros: conta com a adesão dos riograndenses que desejam evitar a conexão tradicional em São Paulo ou no Rio, e também espera transportar grande quantidades de cargas, pois a região tem um potencial de exportação muito elevado. O vice-presidente Mór, falando á imprensa, afirmou que espera uma demanda em volta de 80% nos primeiros voos para a Europa, apesar de ter conhecimento que o fluxo turístico e de negócios do Estado tem como destino prioritário França, Espanha, Inglaterra e Alemanha e não Portugal. "Mas Frankfurt ou qualquer outra cidade européia poderão ser alcançadas após uma breve parada em Lisboa, que vale  por aquela que atualmente o passageiros é obrigado a fazer em São Paulo ou no Rio", evidenciou, acrescentando que confia no apoio do trade sulino e que conta com a participação do Rio Grande do Sul para elevar o número de passageiros das rotas brasileiras, que  representaram 30% da receita da sua empresa e quase 16% dos 9 milhões de viajantes transportados pela Tap no ano passado. Mór disse esperar que 60% dos viajantes gaúchos que voam para a Europa embarquem "em nossos aviões". Quanto à carga, a presença em Porto Alegre de uma avião com destino a Europa poderá determinar convenientes mudanças de pontos de embarques de parte dos países exportadores do Mercosul e vice-versa.Afinal, depois de décadas, novamente o Rio Grande do Sul estará conectado com o resto do mundo.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário