Num boletim eletrônico de fim de ano, o SNEA,Sindicato Nacional dos Aeronautas, relata os contatos por ele mantidos com o Snea, Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias,depois do contraste que, em 23 de dezembro, poderia ter acabado com uma greve geral da categoria.Após o Natal, em 29 de dezembro, pela primeira vez houve uma reunião profícua entre as duas entidades, "visando chegar a um consenso, a ser levado aos trabalhadores para votação".As empresas propuseram um reajuste salarial de 8,2% e aumento dos pisos em 8,5%, mantendo para os demais itens econômico a proposta de 8%.Os representantes dos trabalhadores propuseram 10% de aumento salarial, 15% de aumento para pisos e cesta básica, criação de dois novos pisos para aeroviários, diárias internacionais para aeronautas e ampliação da licença-maternidade.As novas propostas serão discutidas pelos sindicatos até o dia 12 de janeiro, sendo convocadas as assembléias para deliberarem.
Entretanto, a Folha de São Paulo de 28/12 , baseada em dados do Anuário Estatístico da Anac,publicou um texto cujo título, de uma página inteira, era:"Aéreas falidas têm dívidas de R$ 25 bilhões".Seu sub-título era: "Há 18,5 mil ações trabalhistas de ex-funcionários da Varig, Vasp e Transbrasil, e passivos com ex-fornecedores". Nos detalhes , a Varig estaria com 9 mil ações, a Vasp com 6.500 , a Transbrasil com 3.000 e as três empresas ainda teriam 58 aeronaves inoperantes, que não podem ser vendidas porque envolvidas em disputas judiciárias. As respectivas dívidas, atualizadas , seriam respectivamente de R$ 13 bilhões (RG), R$ 7,2 bilhões (VP) e R$ 5,2 bilhões(Transbrasil).
Do exterior chegam informações sobre as novas exigências aprovadas pelos parlamentares dos EUA, que levantam sérias dúvidas sobre a consistência e os limites de segurança oferecidos pela medida posta em audiência pública na internet ( que se encerrou em 18 de dezembro) pela Agência Nacional de Aviação Civil. O objetivo da Anac seria acelerar e baratear a formação de pilotos para a aviação comercial do país, substituindo o treinamento em vôo por treinamento em simulador.As empresas aéreas, através do Snea, teriam gostado da nova regra, depois de ter defendido por vario tempo um projeto de lei que permitia importar pilotos estrangeiros.As normas atuais exigem pelo menos 150 horas de vôos, mas a Anac afirma que as novas regras para a concessão da MPL (Licença de Piloto de Tripulação Multipla) atendem as exigências da OACI, a entidade da ONU responsável pelos padrões de segurança da aviação comercial. A proposta passagem para o treinamento em simulador não é aceita nos Estados Unidos, cujo Congresso aprovou em agosto passado normas que elevaram para 1.500 o número de horas de "flight time before operating a commercial flight", para 23 anos a idade mínima dos pilotos além de exigir uma demonstração prática de conhecimento da aeronave que operam.Antes, para obter o certificado eram suficientes 250 horas de vôo.
O Australian Transport Safety Bureau creditou a cinco pilotos da Qantas o mérito de ter salvo de um terrível desastre o A380, que enfrentou gravíssimos problemas causados pelo mau funcionamento do reator Trent 972 da Rolls-Royce. A experiência acumulada de 72.000 horas de voo do capitão,do copiloto, do 2º oficial e de mais dois "captains" de treinamento presentes a bordo salvou, segundo o Safety Bureau a vida de quase 500 passageiros.
Segurança dos passageiros é mais importante que a economia das empresas aéreas.A Anac deverá ser muito severa e exigente para compensar a falta de horas prévias de treinamento em voo.Muita horas no ar , junto com pilotos competentes,após o treinamento em simulador deverão ser exigidas e comprovadas.
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