O crescimento de 70% das viagens ao exterior, registrado em 10 anos pelo turismo brasileiro, é expressivo se comparado com os índices anteriores e com o aumento do PIB do país - que no mesmo período teve um incremento de 38,56% - segundo os dados publicado pela Anac e pelo IBGE ((Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).A incorporação na utilização dos transportes aéreos de representantes de classes sociais inferiores , cuja ascensão decorreu das maiores oportunidades de trabalho e das providências governamentais, que aumentaram seu poder de compra, foi particularmente notável em 2010,quando somente os embarques domésticos cresceram 23,4%.
O aumento foi bastante expressivo também nas viagens para o exterior, sendo estimado em relação às empresas brasileiras em 20,3%, mas cujo número total ainda não foi calculado.Em 2009 ele havia chegado a 6,28 milhões de passageiros , dos quais cerca de dois terços embarcados em empresas estrangeiras.Nesse ano 2,24 milhões de pessoas voaram para a Europa, 2,08 milhões para cidades da América do Sul, 1,57 milhão para a América do Norte e 147,7 mil para a África. Aliás ,é no segmento internacional que se verifica a maior distorção, pois a oferta de assentos de parte das companhias domésticas é inferior em cerca de 50% à prevista pelos acordos bilaterais, fato que permite às estrangeiras de exercer amplo domínio nas principais rotas.E se evolução social dos segmentos de menor poder de compra continuar, milhões de novos passageiros - de um país com atualmente mais de 190 milhões de habitantes - deverão se acrescentar aos números atuais, de difícil absorção pela indústria nacional, a não ser que providências para a abertura do acesso de capitais estrangeiros nas empresas aéreas domésticas permitam estruturar novas e possantes aéreas, cujos serviços crescentes em mercados de céu aberto, e suas receitas, serão repartidos entre as partes. Mas há ainda uma "long way" para se chegar a tanto e, nesse ínterim, companhias como a Avianca e a Azul - que tem demonstrado maior visão e capacidade de crescimento das congêneres Tam e Gol - deveriam e poderão promover seu desenvolvimento em rotas para o exterior .
Mas o balanço em US$ é negativo
Tudo bem quanto ao crescimento dos embarques para o exterior, mas o fato que o fluxo turístico para o Brasil permanece há quase 8 anos na faixa entre 5 e 5,4 milhões de visitantes estrangeiros é um problema que
nenhum dos últimos administradores da Embratur e dos presidentes do ministério do Turismo tem conseguido resolver. Fatores negativos, quais a imagem do Rio de Janeiro que somente há poucos meses começou a se separar de problemas de segurança individual que com certeza afastaram muitos turistas, são apenas uma das razões que impediram o crescimento das vindas de mais visitantes.Bastante importante é também a valorização excessiva do real, cujo câmbio com moedas estrangeiras encarece hotéis,restaurantes,excursões e compras no país.Essas duas falhas tem fugido ao controle dos agentes de viagens e as promoções que no período tem sido eventualmente lançadas em mercados do exterior tem sido insuficientes para anular os efeitos negativos da falta de segurança e do câmbio desfavorável.
Assim, devido ao crescimento do número de embarques, o turismo Brasil/exterior encerrou 2010 no vermelho pelo que se refere aos gastos feitos pelos brasileiros em suas viagens.No ano passado o saldo negativo da conta de viagens internacionais estava em volta de US$ 10,5 bilhões, num crescendo de deficits que de US$ 1,5 bilhão em 2006 subiu para US$ 3,3 bilhões no ano sucessivo e se havia estabilizado em cerca de US$ 5 bilhões em 2008 e 2009. Numa situação normal, esse deficit seria compensado pelo menos em parte pelos gastos dos visitantes, que pelo contrário diminuíram no período de 2006 a 2010.Totalmente desfavorável ao país é também o balanço dos valores das passagens vendidas nas rotas para o exterior pelas empresas estrangeiras.
Como foi 2010 para as empresas nacionais
No ano passado as companhias que mais cresceram foram as de médio porte, segundo os dados divulgados pela Anac. De fato a Azul, Avianca,Trip e Webjet registraram um aumento conjunto da demanda de 70%, chegando a 16,7% de participação, enquanto Gol e Tam tiveram um crescimento, comparado com os dados de 2009, de "apenas" 16,6%, totalizando 82,3% de participação, contra 87,1% em 2009. Elas perderam 4,8 pontos no mercado doméstico, mas no segmento internacional ficaram com um share total de 99,7%, dos quais 87,6% da Tam.
Nas rotas domésticas em 2010 a oferta média de assentos cresceu 17,9% ; nas internacionais o aumento foi de 9%. O índice de ocupação médio subiu de 69,1% em 2009 para 76,4% no ano passado. A oferta, segundo as previsões ,deverá crescer mais neste ano, pois a Azul receberá 12 novos Embraer 190 e 195, a Gol quatro Boeing , a Tam sete Airbus e a Trip 10 aeronaves.
Vale registrar, ainda, que o aumento da demanda doméstica em 2010 foi além do já tradicional 100% sobre o valor PIB nacional, que foi de 7,5%. A demanda cresceu três vezes, chegando a 23,4%.
Dados realmente positivos, do ponto de vista estatístico. Outra foi a avaliação da qualidade de serviços oferecidos em 2010.Os dois mini-apagões do ano, com o "granfinal" do mês de dezembro, foram alarmes com certeza ouvidos pelas autoridades aeronáuticas e que exigem providências radicais.
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