domingo, 6 de março de 2011

TAP FICOU "OBJETO DE DESEJO"DE OUTRAS EMPRESAS ?

Nestes últimos meses o nome Tap tem aparecido com freqüencia na imprensa nacional, não somente para informar a inauguração de suas novas rotas, na Europa e no Brasil - serão dez, a partir de 12 de junho, com a inclusão de Porto Alegre na malha  nacional ,as cidades do país servidas pela aérea portuguesa - mas também  para divulgar supostos interesses de outras companhias em ficarem com parte da empresa. Em particular já foram citadas a Tam e,antes, a Gol,mas ambas não tem demorado para esclarecer que estão cuidando de outros assuntos mais importantes , antes de cogitar possibilidades de uma fusão com outra empresa. Fusão essa que a Tap desconhece, mas sabe que seus sucessos, em particular nas rotas brasileiras, deve ter motivado eventuais iniciativas das duas aéreas, visando saber algo mais sobre o seu futuro.Há também um fato histórico, que deverá marcar outra importante virada das ações comerciais da Tap : dentro de meses o governo português deverá dar início ao processo de privatização da empresa de bandeira do país.Com isso haverá a entrada de novos capitais e será possível desenvolver novos planos de marketing, relacionados com a consolidação da frota e com a expansão internacional. Para a Gol, entrar em Portugal através das rotas da Tap seria uma abertura importante para reconquistar as ligações com a Europa que pertenciam à Varig, perdidas por falta de experiência e de estrutura adequadas.Para a Tam, e implícitamente também para a Lan, chegar novamente a Lisboa seria uma importante expansão de suas rotas na Europa e reforçaria a futura presença da Latam nesse continente.
Tão insistentes foram, nas últimas semanas,as vozes sobre esses supostos projetos, que a Comissão de Valores Mobiliários,CVM, quis saber diretamente do presidente da Tam se tinha consistência a notícia que circulava em Portugal, segundo a qual a Latam estava interessada em negociar 39% do capital da Tap.Essa desmentida havia sido precedida há apenas um mês por outra negativa, desta vez enviada pela Gol à CVM, sobre supostas negociações com a aérea portuguesa. Todas essas negativas não significam que não houve sondagens de parte das brasileiras e de outras companhias aéreas, pois afinal a procura de fusões é a tendência atual da indústria, representando uma opção para reduzir custos e aumentar a penetração em outros mercados.  
Entretanto o presidente da Tap, Fernando Pinto, anunciou há dias que na comparação com o ano anterior,em 2010 a sua empresa aumentou seu lucro de 8,7%, chegando a 62,3 milhões de euros.Houve assim a volta a um balanço líquido positivo de 52 milhões de euros depois da interrupção, forçada pela crise mundial, registrada em 2008, apesar da permanência de fatores adversos,com destaque pelo aumento de 45% das despesas com os combustíveis, que elevou para 523 milhões de euros a valor das faturas pagas.
As vendas de passagens,cargas e serviços de manutenção totalizaram uma receita de 2.221 milhões de euros, com destaque para os crescimentos registrados nos mercados brasileiros (mais 55% versus 2009) e angolano(mais 30%).Os detalhes das contribuições setoriais são estes: passageiros transportados 9.087 milhões (+7,7%),com aumento médio do l.f. de 68,5% para 74,5%; o setor de cargas embarcou mais 24% toneladas,chegando a 94,2 mil tons,com uma receita que cresceu 31% e totalizou 112 milhões de euros; a Manutenção & Engenharia registrou também um crescimento notável (28%)  proporcionando  123 milhões de receitas pelos serviços prestados a terceiros.
Não surpreende que, na nova favorável conjuntura comercial, a Tap já tenha programado para abril uma nova ligação : será uma freqüencia diária para Bordeaux, com a qual passarão para seis as cidades da França servidas pela aérea.Os dados desse mercado são de fato bastante expressivos: em 2010 a empresa transportou  1.002 milhão de passageiros entre os dois países, com um aumento de 8,4% sobre os dados de 2009.

Um comentário:

  1. "Objeto de desejo" é talvez demais.Mas sem dúvida a empresa portuguesa ,devido aos bons resultados alcançados apesar da crise,está se tornando "objeto de tentativas de negócio".Até quando ?

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