A União Européia e o Brasil assinaram na semana passada um acordo aéreo total ,que permitirá às empresas da Europa de operarem voos diretos para quaisquer destino no Brasil, saindo de cidades daquele continente.Não haverá restrições relacionadas com as rotas escolhidas no sentido Sul ,as tarifas aplicadas e o número de freqüencias semanais, e vice-versa em relação aos voos saindo do Brasil para destinos na Europa.
As partes, como acontece em outros "open skies agreements" entre a UE, e os Estados Unidos, Canadá, Suíça,Marrocos,Georgia e Jordania tiveram entendimento total também em relação às demais áreas relacionadas com os transportes aéreos, quais a segurança de voo, os controles aeroportuários, e a fiel aplicação de normas de competição,controles de tráfego aéreo,proteção aos usuários e assuntos de natureza social e de trabalho.
Segundo declarações do Vice-Presidente da Comissão Européia de Transportes,Siim Kallas, o acordo "produzirá significativos benefícios econômicos aos negócios,aos viajantes, à indústria aérea e a amplos segmentos das economias da União Européia e do Brasil .......tendo particular importância em vista dos próximos grandes eventos desportivos que serão realizados no Brasil nos próximos anos", numa referência direta à Copa do Mundo de Futebol de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016.
No comunicado é assinalado que cerca de 4,5 milhões de passageiros são transportados todos os anos entre a Europa e o Brasil e que, de acordo com um forecast, os benefícios que a abertura total dos mercados poderá gerar anualmente para os usuários dos serviços foram estimados em 460 milhões de euros,ou US$ 652,2 milhões ao câmbio atual entre Europa e os USA.No primeiro ano, o crescimento potencial do tráfego seria de cerca de 335 mil passageiros.
Este blog não ousa fazer comentários a esta notícia, sem conhecer mais detalhes, inclusive relacionados com as modalidades de vigência do acordo, supondo também que haverá um comunicado oficial sobre o importante assunto de parte da nova Secretaria de Aviação Civil criada pela presidência de República, que absorverá toda a estrutura da aviação civil nacional, com destaque para a Anac e para a Infraero.Será de grande interesse, também, conhecer os pareceres dos sindicatos que representam as empresas aéreas e os aeronautas .E, last but not least,descobrir como se chegou tão improvisamente e sem avisos prévios a um acordo que, praticamente, entrega os mercados potenciais de 90% dos transportes aéreos do Brasil às empresas aéreas européias, deixando a Tam praticamente inerme frente a uma concorrência que lhe tirará o tráfego internacional das maiores cidades do país.
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