Demorou quase uma década, desde que o benemérito Departamento de Aviação Civil ,DAC,deixou de controlar a aviação do país, numa decisão que veio do alto para agradar as empresas aéreas, insatisfeitas com a política rígida dos militares .Elas queriam uma entidade civil, da qual esperavam facilidades até então negadas.De fato, no começo foi assim : criada a Anac , a agência caiu nas mãos de alguns incompetentes, nomeados para agradar forças políticas.E vieram facilidades de todo tipo, em troca de viagens free, multas não cobradas, até quando o ministro da Defesa decidiu afastar o responsável e nomeou na presidência uma brilhante executiva, com fama de durona. As chamadas forças ocultas lutaram para evitar que o nome fosse aprovado pelo Senado, mas a vontade do ministro prevaleceu.E logo em seguida vieram as mudanças,com a publicação de normas atualizadas e a inauguração de uma política para a aviação civil que não esquecia os direitos dos usuários e a abertura de novos skyes para as empresas.Foi um braço de ferro permanente, que se concluirá na semana que vem com o afastamento da presidente da Anac, que não quis renovar o seu mandato.
Muito bem assessorada, a nova presidenta da República entendeu que o controle da aviação comercial , desde as empresas até os aeroportos, é uma cosa séria e de grande importância para a imagem do país.Por isso, com uma "medida provisória" a presidenta Dilma criará na próxima semana a Secretaria Nacional de Aviação Civil, diretamente vinculada à Presidência da República e totalmente livre de influências políticas.Caberá a atual presidente do Banco Safra ,Rossano Maranhão, nomeado ministro, assumir o inteiro setor, que inclui a Infraero e a Anac, antes subordinadas ao ministro Jobim. Falta aguardar, para a posse, que ele se descompatibilize de seus encargos no banco onde trabalha desde 2005.O governo está disposto a esperar, pois não identificou uma outra opção tão valida como a sua nomeação, para reestruturar um setor que no passado foi incapaz de evitar a falência da Varig e deixou a maioria dos aeroportos na deplorável situação atual . Os compromissos assumidos pelo Brasil na realização de acontecimentos internacionais,Copa do Mundo e Olimpíada, são os pretextos oficiais que motivaram a ação presidencial.
Para completar o quadro dos principais executivos, para a chefia da Infraero será nomeado Gustavo do Vale,ex- diretor de fiscalização do Banco Central, que já atuou com Rossano Maranhão na vice-presidência do Banco do Brasil ; na Anac tomará posse o economista Marcelo Guaranys, que desde 2007 tem o cargo de diretor na agência. Os três terão o difícil encargo de reorganizar um setor que, em particular nos aeroportos,sofre de um atraso definido "monumental". É opinião do governo que com o afastamento dos partidos de quaisquer interferências na nomeação de integrantes da Secretaria, será possível eliminar de uma vez as falhas da Infraero na realização de obras nos aeroportos, objetos nestes dias de investigação de parte do Ministério Público Federal.
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