sábado, 19 de março de 2011

TAM E TRIP:CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA

Com 2,77% de participação de mercado, em fevereiro a Trip estava na quinta posição na classificação das empresas nacionais, com Gol e Tam nas primeiras posições,seguidas pelas menores Azul ,com 7.96% e a WebJet com 5,89% de share.E´oportuno observar que tanto a WebJet como a Azul deverão recorrer á Bolsa para reforçar seus capitais, em vista dos esforços financeiros exigidos pela indústria para acompanhar o crescimento do tráfego.Como empresa regional, a Trip isolada teria um campo muito restrito para competir com as outras duas e com a Avianca, que está investindo na frota para crescer no mercado doméstico brasileiro e no internacional.
De sua parte a Tam , que já adquiriu a Pantanal, se preocupa em criar uma rede regional que alcance cidades médias do país, onde a Azul obtém seu tráfego maior.Além que no Centro-Sul, é no Norte e no Nordeste que se concentra um razoável potencial de tráfego e onde as Secretarias de turismo são mais ativas e interessadas em ver capitais e cidades menores das regiões terem uma rede que articule o seu turismo e o crescimento econômico.
O oferecimento disfarçado de code-share que a Tam fez à Trip era apena um sinal de interesse para a empresa, que vem de vários meses de discretos contatos .De fato a Tam já conseguiu a autorização da Anac, a aprovação acionária da CVM,Comissão de Valores Imobiliários e o aval da própria Lan para concluir o  entendimento com a Trip. Faltam  a Cade e os orgãos regulatórios do Chile, mas quando tudo estiver oficializado, essas entidades "antetrust" não deveriam levantar restrições.Quanto à passagem das ações dos atuais proprietários para a Tam/Lan, é uma questão de se entenderem : o grupo Caprioli e o Grupo Agúia Branca possuem 40% cada um da aérea, estando o restante 20% nas mãos da americana SkyWest, que já teria evidenciado sua conformidade em ceder o que lhe pertence.
Assim, o projeto das duas aéreas associadas na Latam segue o abc do marketing, ao procurar empresas menores,que operam aeronaves pequenas, para delas receber o tráfego "miúdo" que vem de cidades médias, cuja soma - dispondo de uma rede bem estruturada - pode garantir um número de inputs precioso para o melhor aproveitamento dos voos.A Gol sabe da ameaça e já está de olho na Passaredo.Outra empresa que continua à espreita de oportunidade de crescimento é à Azul : ela com certeza deve continuar interessada na rede regional, que já havia  projetada para ligar capitais e cidades do Norte de Nordeste. Isso dificultaria a expansão da Trip e da Pantanal, que já encontrariam esse espaço ocupado, mas para elas o Centro e o Sul , mais ligados ao tráfego internacional, continuariam representando boas opções de apoio aos voos da Latam.Com algum risco para o segmento sul da estrutura de operações criada no Brasil pela Tap portuguesa, que seria forçada a assinar novos code-share, para se garantir conexões e fluxos de passageiros adequados nos embarques e desembarques regionais.

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