A notícia de que a Tap decidiu que a partir da metade do ano começara a voar non-stop de Lisboa para Porto Alegre, seria apenas mais uma confirmação da expansão da aérea portuguesa no Brasil, não fosse a coincidência que foi na capital do Rio Grande do Sul que, com a Varig, praticamente nasceu a aviação comercial do país.A escolha, que inclui na rede brasileira a 10ª escala da Tap estava nos projetos do vice-presidente Mór há tempo, antes que a crise de 2008 obrigasse as empresas aéreas a pararem os seu planos de crescimento.
Mas é significativo que se encerre, por enquanto, na terra que forneceu à Varig as asas para alcançar o mundo, o inédito e bem sucedido programa de ligação aérea direta entre Portugal e Brasil, que a Tap herdou e nenhuma outra empresa do país soube manter, depois que a falência afastou a companhia brasileira de todas as suas rotas.Assim, entre as dezenas de voos operados ao mesmo tempo entre os dois países, a nova ligação parece a homenagem ao fato que de Porto Alegre vieram alguns dos melhores executivos da Varig e que na cidade se desenvolveu o núcleo criador que depois dos anos de guerra mundial deu consistência e prestígio internacional, pela primeira vez na história , a uma empresa aérea regular do Brasil.
A Tap, com seus dirigentes brasileiros e enquanto aguarda o sinal para abrir seus capitais aos investidores privados nacionais e estrangeiros,se insere assim numa tradição que representa mais um elo entre dois países ricos em história e em afinidades comuns.A rota Lisboa/Porto Alegre é talvez mais um ato de amor do vice-presidente da empresa portuguesa de que uma iniciativa comercial cujo êxito seja de antemão garantido.Mas com certeza, o Estado mais rico do Sul não ficara insensível à oportunidade de se inserir pela primeira vez numa rota internacional que facilitará o transporte de seus passageiros e das cargas de origem nacional e sul-americana diretamente para a Europa.
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